Às vezes me vem o súbito desejo de te abrir de hemisfério a
hemisfério e colocar tudo lá dentro. Tudo que você não entende sobre mim, sobre
nós. Todas as ligações no meio do dia que você não se lembra de fazer. Todas as
mensagens que sinalizam sua presença ainda que esteja longe de mim. O carinho
ligeiro e eterno provocado por uma bobeira que eu tenha dito. A compreensão das
coisas que lhe digo que, em hipótese alguma, são exageradas, dramáticas ou
desnecessárias. Em seguida, dar pontos de mesma quantidade que as letras dos
sutis textos de amor que te escrevo e tatuar no teu peito a dor de todas as
sutilezas que você me deixa de fazer.
– Maria Gabriela Moura