quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Estrangeira


Tenho a impressão de estar num mundo estranho. Num lugar onde minhas palavras são inúteis. Não me ouvem, e o que leio também não me provoca nenhum entendimento. Imagens e palavras são códigos estranhos a minha vista e mente. Nada faz sentido, nada se conecta. Talvez alguém tenha chacoalhado o mundo e tudo esteja desarrumado.
Às vezes, num susto, me deparo com a sensação de não saber o que faço aqui, caio em mim e percebo que não pertenço a este lugar. Muita cegueira e desamor estão espalhados por aí. Nada disso faz parte de mim.
É tudo uma zona, é tudo uma zorra! Lixos revirados, burros montados a cavalo. Uma população que regride à medida que a humanidade progride. Uma tecnologia tão avançada que nos permite ser cada vez mais cômodos. Afinal, a preguiça nos leva ao avanço, correto? Talvez se não fosse por ela o homem não teria inventado a roda, oras! Admita, essa é uma razão a se pensar…
Se Cartola dizia que o mundo é um moinho, assino embaixo e acrescento que o mundo é cão! Eu não sou daqui…

Maria Gabriela Moura

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