segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Quando você fica um tempo sozinho, analisa fatos, experiências e erros alheios para formar o que se deve chamar de “amante perfeito”, e assim, se autodeclarar um desse tipo. Rela a cara quando cai na botija do relacionamento. Vê, então, que o abismo é maior do que parece. Você nunca saberá o bastante sobre alguma coisa, ainda mais quando essa coisa for você, o próprio.
Uma análise precisa ser feita de fora para dentro, ou seja, você nunca pode ser parte integrante do problema se quiser uma resolução sábia, prática e, preferencialmente, “assentimental”.
Os sentimentos ora estão para os humanos como a Kriptonita estava para o Superman, ora como o espinafre estava para o Popeye, funcionando como uma faca de dois gumes. Por vezes nos enfraquecendo, desabando nossa muralha, e por outras nos deixando fortes e fazendo das armaduras gélidas algo desnecessário.

Maria Gabriela Moura 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Estrangeira


Tenho a impressão de estar num mundo estranho. Num lugar onde minhas palavras são inúteis. Não me ouvem, e o que leio também não me provoca nenhum entendimento. Imagens e palavras são códigos estranhos a minha vista e mente. Nada faz sentido, nada se conecta. Talvez alguém tenha chacoalhado o mundo e tudo esteja desarrumado.
Às vezes, num susto, me deparo com a sensação de não saber o que faço aqui, caio em mim e percebo que não pertenço a este lugar. Muita cegueira e desamor estão espalhados por aí. Nada disso faz parte de mim.
É tudo uma zona, é tudo uma zorra! Lixos revirados, burros montados a cavalo. Uma população que regride à medida que a humanidade progride. Uma tecnologia tão avançada que nos permite ser cada vez mais cômodos. Afinal, a preguiça nos leva ao avanço, correto? Talvez se não fosse por ela o homem não teria inventado a roda, oras! Admita, essa é uma razão a se pensar…
Se Cartola dizia que o mundo é um moinho, assino embaixo e acrescento que o mundo é cão! Eu não sou daqui…

Maria Gabriela Moura