E se te bastasse asas para voar? Para onde iria? Será que
iria? Asas seriam realmente o suficiente? E a coragem, onde é que fica? E a
saudade? Junto com a coragem?
Voar não é a questão. O destino é o que realmente importa. Importa
se realmente iria. Importa se realmente a distância lhe vai preencher. Porque,
às vezes, não é uma praia o local mais reconfortante, nem mesmo o alto de um
prédio, e sim, a presença, mesmo que silenciosa, de quem se gosta. O mundo
poderia acabar. Céu e mar se juntarem como nunca houve antes em tudo que
conhecemos. Minhas asas de cera derreter e o fôlego ter fim, se eu estiver com
você, isso e plenamente isso irá bastar.
- Maria Gabriela Moura