sábado, 28 de julho de 2012

Fardos e fatos



Ando vivendo num mundo onde pessoas não se preocupam mais em serem inesquecíveis. Pretendem sempre marcar presença na vida de alguém, mas pretendem por pretender, e somente isso, nenhuma delas age para tal.
Ando vivendo num hoje em que pessoas não ambicionam relacionamentos profundos, intensos. Querem somente ficar na beira, na tão famosa zona de conforto. Marginalizam a vida e arriscar é como tomar um caixote, já é algo fora de cogitação.
Falta mais beleza na essência desse planeta-mundo-particular de cada um. Mais tempo pra observar. Menos boca pra falar. Mais coração pra ver. Menos olhos pra enxergar. Mais alma pra sentir. Menos chão pra pisar.
Está se tornando difícil um olhar sensível de tudo, pois olho a minha volta e vejo que cada vez mais pessoas vivem na certeza de que viver é um fardo e sobreviver, um fato.

-Maria Gabriela Moura


quarta-feira, 25 de julho de 2012


E ainda que com centenas de amores correspondidos, a ausência do seu sobressai.

-Maria Gabriela Moura

terça-feira, 24 de julho de 2012

Vocabulário de você


Depois que você entrou na minha vida as palavras mudaram de sentido. O dicionário agora é outro. O seu.
Cheiro passou a ter o seu nome, o seu perfume, inconfundível. Com você, a palavra Calor se aproxima mais de Ardor, que significa calor intenso, ardor do Sol, ao invés de somente “qualidade daquilo que é quente”, como diz o vocábulo, a respeito de Calor.
Música agora possui mais de um sentido, não é mais só aquela que me faz te lembrar, mas também o seu riso, o seu rir, sua gargalhada.
Relacionando a você, Toque deixa de ser um contato rápido e passa a ser a sensação mais eterna e gostosa que um corpo pode sentir.
O mundo inteiro passa a ter outros valores, acepções. Tudo se transforma em um pedaço indescritível de você.

* Inspirado no texto "Vivendo na frustrante tentativa de vomitar algum texto que não fale de você..."  de Alex Cruz.


-Maria Gabriela Moura

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Já estava decidido que tudo teria um fim, mas em alguma parte do tempo o decidido retrocedeu. Quando dei por mim já estava encantada por você, novamente. Com toda essa sua lábia de gato vira-lata. Com todo esse mistério de sete vidas me provocando a cede de saber mais. De enigmas já basta eu, oras.
Dizem por aí que sou toda mistério, mas não entendo para onde tudo isso vai quando você se aproxima. Quando gosto o que quero mais é ficar de tagarelice, falar das minhas habilidades inusitadas e dos meus defeitos sedutores. Mas parece que tomas o meu encanto para si de forma me fazer não reconhecer meu eu dentro de mim. É prazeroso. E isso me vicia. Pena você não jogar o meu jogo, não seguir minha cartilha. 
Com você é tudo às avessas. Ora sim, ora não. Ora quente, ora frio. Ora desinibido, ora calado. Mas quer saber de uma coisa? Ninguém veio ao mundo para ser feliz de cara e de bandeja. Deixe estar, serei paciente. Deus escreve certo por linhas tortas, não é isso?



-Maria Gabriela Moura

domingo, 22 de julho de 2012

More than a verb

Amor não é um sentimento. E é mais que um verbo. É estado de espírito. Deixa-te leve, faz ver mais intensidade no mundo, nas cores, em quem se ama. Tem o poder de cura, sendo melhor que o tempo, inclusive, pois some até com as cicatrizes. Por isso, talvez, seja tão buscado e tão pouco alcançado. Eternos abençoados são os que o amor os tem. Eternos abençoados são os que desfrutam deste tão raro elixir da longa vida. Da longa juventude. Difícil não querer um estado de êxtase como esse. Difícil não querer você como meu êxtase.

Maria Gabriela Moura

domingo, 1 de julho de 2012


Sabe uma incógnita? Então, você.
Cada vez que te conheço mais parece que te conheço menos. Psicologia reversa? Pois é, parece.
Juro que evito, mas sempre me pego reparando nos seus jeitos, de rir, de falar, de ficar sério, de se chatear, e até de pegar uma gripe.
Não torço para que sua imunidade esteja baixa, não mesmo, a não ser para mim, mas tenho vontade de estar junto com você num cafuné, num cuidado, num agrado e curar todas as suas gripes, sinusites, rinites e tantas outras ‘ites’ que tiver, pelo simples e gostoso fato de estar ao seu lado.
Meio bobo imaginar situações fofas? Sei lá! E dane-se se for clichê, eu gosto, é meu passatempo favorito, principalmente antes de dormir.
Além disso, fico pensando se faz o mesmo todas as noites, essas imaginações, observações, pensamentos, obviamente que não, pelo menos não comigo.

-Maria Gabriela Moura