domingo, 2 de março de 2014

Sutilezas

Às vezes me vem o súbito desejo de te abrir de hemisfério a hemisfério e colocar tudo lá dentro. Tudo que você não entende sobre mim, sobre nós. Todas as ligações no meio do dia que você não se lembra de fazer. Todas as mensagens que sinalizam sua presença ainda que esteja longe de mim. O carinho ligeiro e eterno provocado por uma bobeira que eu tenha dito. A compreensão das coisas que lhe digo que, em hipótese alguma, são exageradas, dramáticas ou desnecessárias. Em seguida, dar pontos de mesma quantidade que as letras dos sutis textos de amor que te escrevo e tatuar no teu peito a dor de todas as sutilezas que você me deixa de fazer.



– Maria Gabriela Moura

terça-feira, 5 de março de 2013

Não há como negar, quando se ama somos tão piegas e clichês quanto aquele frango assado de domingo.

– Maria Gabriela Moura

sexta-feira, 1 de março de 2013


“Quando tudo é o que não parece ser, quando tudo adquire um sentido óbvio, na verdade o único intuito é te confundir. Te confundir, é somente o que todos querem. Todos os canais. Todas as estações. Todas as mídias. Todos os ventos só ventam para descontrolar seus ares, deixar a rodopiar seu senso de direção. A sociedade é o próprio Katrina midiático. Ou moralístico, à sua preferência.
Note, o mundo foi escrito entre aspas, nele, tudo possui “n” ângulos e “n” sentidos, inclusive esse textículo.”

– Maria Gabriela Moura

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Quando você fica um tempo sozinho, analisa fatos, experiências e erros alheios para formar o que se deve chamar de “amante perfeito”, e assim, se autodeclarar um desse tipo. Rela a cara quando cai na botija do relacionamento. Vê, então, que o abismo é maior do que parece. Você nunca saberá o bastante sobre alguma coisa, ainda mais quando essa coisa for você, o próprio.
Uma análise precisa ser feita de fora para dentro, ou seja, você nunca pode ser parte integrante do problema se quiser uma resolução sábia, prática e, preferencialmente, “assentimental”.
Os sentimentos ora estão para os humanos como a Kriptonita estava para o Superman, ora como o espinafre estava para o Popeye, funcionando como uma faca de dois gumes. Por vezes nos enfraquecendo, desabando nossa muralha, e por outras nos deixando fortes e fazendo das armaduras gélidas algo desnecessário.

Maria Gabriela Moura 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Estrangeira


Tenho a impressão de estar num mundo estranho. Num lugar onde minhas palavras são inúteis. Não me ouvem, e o que leio também não me provoca nenhum entendimento. Imagens e palavras são códigos estranhos a minha vista e mente. Nada faz sentido, nada se conecta. Talvez alguém tenha chacoalhado o mundo e tudo esteja desarrumado.
Às vezes, num susto, me deparo com a sensação de não saber o que faço aqui, caio em mim e percebo que não pertenço a este lugar. Muita cegueira e desamor estão espalhados por aí. Nada disso faz parte de mim.
É tudo uma zona, é tudo uma zorra! Lixos revirados, burros montados a cavalo. Uma população que regride à medida que a humanidade progride. Uma tecnologia tão avançada que nos permite ser cada vez mais cômodos. Afinal, a preguiça nos leva ao avanço, correto? Talvez se não fosse por ela o homem não teria inventado a roda, oras! Admita, essa é uma razão a se pensar…
Se Cartola dizia que o mundo é um moinho, assino embaixo e acrescento que o mundo é cão! Eu não sou daqui…

Maria Gabriela Moura

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Amor - Parte 1


Gosto quando me pega e me abraça bem forte, é como se quisesse nos fundir mais e mais no outro, mais ainda do que o que sentimos já nos fundiu.
É como se fazer existir um tanto de mim em você, e vice-versa, fosse o que mais importa.
É como se deixar seu perfume em mim resolvesse a falta que me faz quando não estamos juntos. Mas não. Não só seu cheiro, não só a sensação dos seus abraços, não só o gosto dos seus beijos me basta. Quero você por inteiro. Você e só você aqui comigo nessas tão longas noites de frio.

- Maria Gabriela Moura

Pequenas corrupções, grandes ladrões


Diariamente nos deparamos com noticiários e manchetes de jornais retratando alguma novidade do mundo corrupto. São desde escândalos envolvendo grandes personalidades da política a pequenas – porém, não menos importantes – corrupções cotidianas.
Tornamos-nos hipócritas e individualistas a partir do momento que assumimos aos políticos, e a qualquer outro “quem” que corrompa a ética, a total culpa por uma sociedade desigual e fraudulenta. Não se trata apenas de tirar o “nosso da reta”, mas sim, realizar a obrigação que nos cabe. Ou seja, não ser um patriota apenas nas eleições e muito menos cobrar somente do próximo os atos coesos com a moral, enquanto no dia-a-dia corrompemos nossa integridade ao não devolver o troco errado, por exemplo.
Portanto, podemos tomar como partido que a maior corrupção da ética ainda é aquela que está presente no núcleo de vida de cada um, pois a incessante ocorrência desta irá, como uma bola de neve, acarretar as tais grandes corrupções que acontecem dentro dos Parlamentos.

- Maria Gabriela Moura